segunda-feira, 26 de outubro de 2015

DIVERSIDADE LINGUÍSTICA

A Casa das Etnias estará realizando neste fim de mês um Seminário da Diversidade Linguística. A iniciativa é sinal de quanto os tempos mudaram, desde a época em que a “unidade nacional” exigia também a “unidade de língua”. Até nomes de lugares que remetiam a alguma língua diferente do padrão nacionalista, tiveram de ser mudados. E não só Nova Milano e Nova Roma, que tiveram seus nomes trocados por Emboabas e Guaicurus. Até Monte Belo, na época distrito de Bento Gonçalves – descobri isso há pouco! – teve que engolir por alguns anos o nome de Caturetã!
Foi necessária uma Convenção da Unesco, promulgada em 2005, para que os países membros, aí incluído o Brasil, passassem de uma política de “tolerância” para uma politica “propositiva” com relação à diversidade cultural, em especial a diversidade linguística. No embalo dessa tomada de posição é que propus, em 2006, o slogan “A alegria de estarmos juntos” para a nossa Festa da Uva. E foi nessa nova onda que o Ministério da Cultura brasileiro criou um programa especial para  identificar, resgatar e reconhecer como patrimônio cultural as línguas de imigração. É nesse horizonte que temos hoje o Talian reconhecido como língua a ser preservada e cultivada, depois de ter sido objeto de escárnio e de exclusão social e política.

Do ato oficial até a tomada de posição da sociedade, inclusive a detentora desse patrimônio, muitos passos ainda precisam ser dados. O Seminário agora programado pode sinalizar rumos futuros.

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