Caxias do
Sul tem, a partir deste ano de 2015, de forma institucional, a Semana Municipal
de Valorização do Patrimônio Histórico e Cultural, criada a partir de Projeto
de Lei da Câmara de Vereadores. A data é fixa, de 13 a 20 de agosto, para
antecipar e prolongar o Dia do Patrimônio Nacional, hoje, 17 de agosto.
Quem lida na
identificação, preservação e valorização do patrimônio cultural – três etapas
indissociáveis entre si – sabe que se trata de uma luta inglória. Tenho na
bagagem várias lutas inglórias. Algumas terminaram com derrota completa, como a
do Cine Ópera. Outras não foram tão completas, mas trouxeram algum grau de
destruição do patrimônio.
Já fui
chamado de saudosista, pecha infamante criada pela racionalidade progressista.
Já me foi dito que é “lei da natureza” que o antigo seja destruído para dar
lugar ao novo. Já ouvi ser chamada de “trambolho” a área da estação férrea,
onde Caxias nasceu como cidade.
É realmente
muito difícil identificar, preservar e valorizar o patrimônio cultural e
histórico aqui em Caxias. Agora mesmo, nas obras de modernização da rua
Sinimbu, em nome do progresso e da mobilidade urbana, foi arrancada uma tira
inteira da calçada na frente da Metalúrgica Eberle. Ninguém se lembrou de que
essa calçada é tombada como patrimônio histórico. Ninguém deu bolas ao fato de
que são pedras portuguesas, desenhando engrenagens que são parte desse
patrimônio da cultura industrial.
Por isso, neste
Dia Nacional do Patrimônio, mais uma vez, só tenho vontade de chorar.
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