A primeira imagem da Romênia, quando o avião desceu no
aeroporto de Bucareste, foi a de uma planície de trigais recém-colhidos, a
perder de vista. Entre eles, tiras de cor verde que, mais perto do chão, deu
para ver serem plantações de milho. São as duas culturas principais dos campos
romenos. No início do verão é colhido o trigo e plantado o milho.
Resultado disso é que, nas mesas de Bucareste, o pão é
excelente, e a polenta faz parte dos melhores cardápios. Uma polenta igual à
que se faz aqui, com aquela farinha grossa herdada dos moinhos de mós de pedra,
e a textura macia que ela tem antes de ser frita ou assada.
Mas a Romênia impressiona em muitos outros sentidos. Duvido
que haja no mundo cidade com parques tão numerosos, tão grandes e tão bem
cuidados. Outro detalhe surpreendente: no espaço entre a calçada e os prédios,
atrás das cercas, não há gramados cultivados como por aqui. Cresce ali uma
vegetação espontânea e silvestre, com toda variedade de abelhas, besouros, insetos
e cogumelos.
Bucareste surpreende mais ainda pelo tipo de cultura vivido
na cidade. A România fundada pelo imperador Adriano foi depois território
eslavo, assumiu o alfabeto cirílico, depois o substituiu pelo alfabeto latino.
Procurou ser uma pequena Paris, “Picul Paris”, ficou sob a foice e o martelo do
final da Segunda Guerra até a queda do muro de Berlim. Traços dessa trajetória
são bem visíveis. Eu já gostava da literatura romena. Agora aprendi a gostar dessa
terra de fronteiras, reais e imaginárias.
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