A Unesco tem estimulado
a que se preserve o que ela designa de “Patrimônio cultural imaterial da
indústria”. Ele se insere no tema da Memória do Trabalho, que tem sido até
agora valorizada quase que somente no campo do artesanato e dos ofícios
individuais de mestres no domínio de determinadas técnicas. Os saberes da
indústria não são menos ricos – acrescidos que em quase todos eles há uma soma
de saberes coletivos – e, com o fim da era industrial, a que estamos assistindo,
correm grande risco de desaparecimento.
Nesse âmbito, há um
leque muito grande de temas para pesquisa e ações de preservação, especialmente
num ambiente tão rico nesse patrimônio como é Caxias do Sul. Diversas dessas
ações estão em andamento na cidade, algumas já visíveis, outras ainda em
processo de gestação. O trabalho que vem sendo feito em Galópolis está dentro
dessa linha de preocupação. Aí pode ser revisitado, como se fosse um museu ao
ar livre, o ambiente visual de uma pequena cidade totalmente organizada para o
funcionamento de uma indústria.
Outro espaço que vem
atraindo a atenção e provocando estudos e debates é o da Maesa, que teve um período áureo em
Caxias do Sul e região. Há muitas propostas para a sua utilização. A mais
ouvida nas ruas é de que funcione ali um Mercado Público. Uma ideia plausível,
com certeza. Mas o que não pode faltar ali é o resgate do “patrimônio imaterial
da indústria”, como quer a Unesco, que tem patrocinado projetos nesse sentido.
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