Carlin
Fabris foi morador de Conceição da Linha Feijó e deixou escrita uma “Istoria de
Conceição” (sic), que é uma fonte inesgotável a ser explorada para ajudar a
entender como se deu a aculturação do imigrante italiano no Brasil.
Logo de início,
Carlin Fabris, referindo-se à chegada dos imigrantes, faz a seguinte frase:
“vieram para ter progresso e grandeza nesta nova pátria, nesta bendita terra do
Cruzeiro do Sul Brasil”. É uma frase nitidamente com sabor de linguagem escolar,
voltada para ensinar às crianças o sentimento patriótico. O interessante é que
Carlin Fabris projeta essa visão do ideário republicano para o passado, como se
quem saiu da Itália tivesse como projeto contribuir para o progresso e a
grandeza do Brasil.
Por trás
dessa projeção há, contudo, um dado concreto: o fato de a geração de Carlin
Fabris, uma ou duas gerações depois da imigração, ter incorporado essa
ideologia do progresso, de origem republicana, como ideologia também do
processo histórico ocorrido na região de colonização italiana. Ou seja, ao
contrário do que temiam os nacionalistas ferozes dos anos de 30 e 40, o
imigrante italiano estava totalmente imergido na nacionalidade brasileira.
Alguma provável exceção não é suficiente para algumas generalizações discriminatórias que foram feitas. Isto é, e me repetindo, não houve um projeto de criar uma cultura italiana no Brasil. O que houve foi a criação de uma cultura da imigração italiana, dentro de um processo normal nessa circunstância.
Alguma provável exceção não é suficiente para algumas generalizações discriminatórias que foram feitas. Isto é, e me repetindo, não houve um projeto de criar uma cultura italiana no Brasil. O que houve foi a criação de uma cultura da imigração italiana, dentro de um processo normal nessa circunstância.
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