segunda-feira, 18 de maio de 2015

ELOY LACAVA

Comemoram-se nesta semana os 140 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos na localidade de Nova Milano, então sede da colônia – que por iniciativa política de Feijó Junior teria local e nome mudados para a depois Colônia Caxias.
É uma data em que voltam à tona lembranças, acontecimentos, registros e monumentos. Mas, sobretudo, é uma data que chama a atenção nacional para a contribuição dos imigrantes na construção da identidade brasileira, sem repetir a “balela das três raças fundadoras”, como apostrofou o antropólogo Roberto Da Matta.
A data é também oportuna para revisitar a literatura produzida tendo essa experiência imigratória como tema. Ela é bem maior e mais sortida do que supõe a vã filosofia da pressa de nosso tempo. Para começar, trago à tona o nome de Eloy Lacava, submergido, ao que parece, em quase total esquecimento.
Eloy Lacava publicou em 1986 o romance  “Arrivederci no Paraíso”, pondo as duas línguas no título para caracterizar a passagem de um lado para outro do mundo. A narrativa põe em cena um casal de imigrantes que sai de Montebelluna para a aventura de começar vida nova aqui na Colônia Caxias. Um ano depois, Lacava publicou outro romance, com o título de “Vinho Amargo”, centrado nos acontecimentos  da revolução de 1923.
Eloy Lacava mistura ficção com fatos e nomes reais, jornalista que foi a vida inteira. Mas sabe construir cenas do cotidiano e penetrar no interior das motivações. E expor os conflitos políticos, nunca resolvidos, dos “colonos” com a ideologia dominante.

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