“Prisioneiro da Liberdade” é o título do primeiro romance de
Dalcy Angelo Fontanive. Primeiro porque o segundo já está a caminho, com o
título de “Velhos tempos, novos ventos”.
Fontanive foi professor e diretor da Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Caxias do Sul. Transferiu-se ainda jovem para o Rio, onde
se especializou em psicologia e psicanálise, fazendo carreira de professor na
Universidade Federal Fluminense. No final dessa trajetória, descobriu o
fascínio de escrever ficção onde, como nos ensina Milan Kundera, é possível
dizer coisas que não poderiam ser ditas de outra maneira.
E são coisas do maior interesse humano as que Fontanive põe
diante do leitor de “Prisioneiro da Liberdade”. O título, na aparência
paradoxal, se explica no decorrer da trama: todas as amarras que tentam prender
o personagem Tarcísio – a autoridade paterna, a moral religiosa e social
vigentes – têm menos força que seu apego à liberdade. Isso em tese. As
situações pelas quais passa o protagonista não têm nada de tese, são muito mais
envolventes. Toda a cultura rural veneta transplantada para esta região, com
suas prescrições rigorosas sob o controle inflexível da igreja, é ali
desmascarada.
Não tenho receio de afirmar que se trata de um drama inédito
no romance brasileiro e até mesmo de língua portuguesa. Em certos aspectos esse
romance se aproxima dos de figuras como Bernanos e Graham Greene, só para dar
uma ideia do nível de significado dessa obra. E que venham os “Velhos tempos,
novos ventos”!
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