Na Universidade de Perugia está o maior tradutor e divulgador
da nossa literatura na Itália. Seu nome é Brunelo Natale de Cusatis, professor titular
da cadeira de Língua e Literatura Portuguesa e Brasileira. Traduziu para o
italiano a poesia de Fernando Pessoa e, para nosso orgulho, escritores de
origem italiana aqui do Sul do Brasil. As obras são publicadas na coleção Letteratura Luso-Afro-Brasiliana da
Mordacchi Editora, também de Perúgia, em edição bilíngue, para terem função
didática.
De Cusatis começou a ter interesse nos escritores gaúchos
quando conheceu o poeta Armindo Trevisan, natural de Santa Maria, de que traduziu Versi
puri e impuri. Depois levou para o italiano uma antologia de Racconti de Sérgio Faraco, nascido em
Alegrete e, por último, o livro de poemas com o título de Nel Dolore Sconfinato (Nos Gerais da Dor), da guaporense Maria
Carpi.
No meio dessa leva, em 2008, o meu O Caso do Martelo virou Il caso del martello. Lembro que ao ler
a tradução italiana deparei com a palavra bigonce.
Nada menos que a matriz dos nossos “bigunchos” de colher uva, que usei no
capítulo dois da novela e que, como a palavra “quatrilho”, ainda não entrou no
dicionário da língua nacional.
A boa notícia que me deu Brunelo De Cusatis quando esteve
aqui em novembro do ano passado, dando uma palestra no Doutorado em Letras na
UCS sobre o que se esconde por trás do trabalho de um tradutor, é que Il caso del martello saiu em segunda
edição. Com os seus bigunchos em paz com le
bigonce...
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