A imagem repetida em todos os meios de comunicação, com filas
de caminhões, de carretas, de jamantas, de bitrens estrangulando as rodovias e
ameaçando estrangular a economia do país, provoca a seguinte pergunta: onde é
que foi parar o transporte em cima de trilhos?
O transporte ferroviário nasceu junto com a industrialização,
que na Inglaterra começou mais cedo, que chegou à Itália com atraso, provocando
a emigração de milhões de pessoas sem trabalho e que no Brasil chegou com maior
atraso ainda, há pouco mais de cem anos. Quando a nossa indústria – de metais,
de tecidos, de farinha, de vinho - dava os primeiros passos, a estrada-de-ferro
veio para dar suporte. Ou foi por causa do muito amor que o governo republicano
estendeu trilhos para as colônias italianas?
Veio o governo de Getúlio e o transporte ferroviário se
expandiu, com apoio na siderurgia, preço que Getúlio cobrou dos Estados Unidos
para entrar na guerra mundial. Até que
chegou um novo modelo, o de Juscelino, que lançou o desafio de fazer o Brasil
crescer cinquenta anos em cinco. Esse modelo foi o do transporte rodoviário. O
macadame foi coberto de asfalto, as fábricas de caminhões e automóveis foram
importadas, o petróleo virou prioridade nacional. Nessa onda até a indústria de
Caxias do Sul migrou do ramo metalúrgico para o rodoviário.
Tudo bem, o país avançou. Mas começam a aparecer os
engarrafamentos. Primeiro nas ruas das cidades. E agora também nas rodovias.
Tudo fora dos trilhos.
E fora dos trilhos parece que não há salvação.
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