Não é proibido pensar em tirar o
corso alegórico da Festa da Uva da rua Sinimbu. Há problemas em realizá-lo ali,
na frente da Catedral e junto à praça? Sim, há problemas. O mais simples deles
é ode interromper o trânsito no centro da cidade. Esse, aliás, é um argumento
que nem deveria ser levado em conta, de tão inconsistente. A interrupção do
fluxo de carros é por algumas horas, durante oito ou dez noites, a metade delas
em sábados e domingos, e a cada dois anos. Um pequeno cálculo aritmético (entendo
de matemática, não só de poesia...) dá o seguinte resultado: em dois anos há
17.520 horas; dez dias de corso com dez horas diárias de interrupção do
trânsito dá 100 horas, de dois em dois anos!
Apenas essa razão não justificaria
tirar o desfile de um lugar com tradição e cenário histórico. Lugar de festa é
sempre no melhor lugar da casa. E festa sempre interrompe, e atrapalha?,o
dia-a-dia, não só a Festa da Uva. Só que essa é a festa da cidade inteira, e é
bom parar a cidade de vez em quando para festar.
Argumentoforte para mudar de
lugar seria o de buscar melhores condições: facilidade de acesso, boas
acomodações para um grande público, e possibilidades técnicas de infraestrutura
que eliminem riscos. Mas para isso é preciso pensar num lugar definitivo, e não
ir para outra rua em que os mesmos problemas continuam.
Não é proibido também sonhar com
esse lugar melhor. Pode-se começar pondo a imaginação a funcionar e, depois,
dar um jeito para fazer do sonho uma realidade.